Após a sua morte, os amigos não podiam acreditar…
Ronald Read não tinha heranças; passou grande parte da sua vida a trabalhar num posto de gasolina…
…e depois, em part-time, como porteiro e funcionário de limpeza/manutenção numa loja chamada JCPenney.
Levava uma vida muito simples, mas para surpresa de todos…
Ronald Read era MILIONÁRIO!
Tinha ganho todo esse dinheiro investindo em acções de boas empresas que pagavam dividendos, como a Wells Fargo, Procter & Gamble e Colgate-Palmolive. Poupava, comprava acções e não as vendia.
Frugalidade, poupança e paciência
Ronald Read pode ter passado anos a bombear gasolina no tanque dos carros, mas era um hábil investidor em acções. Este americano, que residia há muito tempo em Brattleboro, Vermont (EUA), morreu em Junho de 2014 aos 92 anos. Os seus amigos ficaram chocados quando souberam que a sua carteira de acções estava avaliada em quase $8 milhões. Viúvo há muito tempo (desde 1970), deixou a maior parte do seu dinheiro para um hospital e para uma biblioteca local.
Então, como é que ele conseguiu todo esse património?
Além de ser um bom investidor em acções, demonstrou uma notável frugalidade e paciência. Aqueles que o conheceram dizem que ele costumava usar alfinetes para segurar o casaco e estacionava o seu Toyota Yaris de $5.000 longe dos parquímetros para evitar ser cobrado.
“Se ele pudesse poupar um centavo, ele poupava”, diz Bridget Bokum, uma colaboradora do Wells Fargo Advisors responsável pela administração da herança de Read.
Não vendia as acções
Quando o Ronald Read morreu, deixou para trás uma pilha de certificados de acções…
… de cinco polegadas de espessura, trancados num cofre (Ronald Read não tinha computador; não havia cá trading electrónico, nem corretoras à distância de um clique):
A posse física dos certificados de acções tornou-se coisa do passado há mais de uma década, mas Read manteve sempre os seus. Nos últimos anos, à medida que o investimento mudou para plataformas electrónicas, as empresas começaram a cobrar taxas para solicitar os certificados reais, mas Ronald Read manteve os seus certificados físicos guardados.
A dificuldade e a inconveniência de vender estes certificados no mercado – pois o processo era complexo; não lhe era possível fazer login no site da corretora e carrregar num botão para vender as acções – revelou ser um factor positivo. Também ajudou o facto dele não ter acesso à valorização e flutuação do seu portefólio. Limitava-se a receber e a aplicar os dividendos em novas acções.
Diversificação e concentração
As acções representavam a maior parte do seu património, muitas das quais foram mantidas por décadas. Quando faleceu, ele possuía pelo menos 95 empresas de vários sectores, como ferrovias, empresas de serviços públicos, bancos, saúde, telecomunicações e produtos de consumo.
Entre as suas participações de longa data, havia grandes empresas como a Procter & Gamble, J.P. Morgan Chase, General Electric e Dow Chemical. Quando ele morreu, também tinha grandes participações na J.M. Smucker, CVS Health e Johnson & Johnson.
É curioso verificar que, apesar de ter começado a investir de forma diversificada, as suas posições começaram naturalmente a ficar concentradas – um terço da sua carteira de investimento estava concentrado nas 10 maiores posições:
Diversify, but… let your winners win!
Compra o que conheces
Ele evitou acções de empresas tecnológicas por não perceber o negócio. Alguns amigos mais próximos dizem que Ronald Read comprava acções de empresas com as quais estava familiarizado e que distribuíssem grandes dividendos.
Reinvestir os dividendos
Quando os cheques dos dividendos chegavam pelo correio (sim… os dividendos não caíam na conta da corretora, como agora acontece), ele investia o dinheiro de volta comprando mais acções. Resumindo: ele comprava as acções de boas empresas que conhecia, trancava os certificados num cofre e esquecia-os. Depois, enquanto as cotações seguiam o seu caminho, reinvestia os dividendos em mais acções.
Mas também falhava!
Muitas das suas empresas quebraram. O seu portefólio incluía, por exemplo, acções da Lehman Brothers, a empresa financeira que faliu em 2008 na crise do subprime. Mas Ronald Read estava disposto a manter suas posições para sempre. Ele assumia-se como um pequeno dono das empresas.
Também comprou 39 acções da Pacific Gas & Electric (PG&E) no dia 13 de Janeiro de 1959 que, na época, valiam cerca de $2.380. Quando ele morreu, essas acções da PG&E valiam mais de $26.500. Isto dá uma rentabilidade anual de 4,5%. Pode não parecer uma valorização extraordinária, mas os dividendos que a PG&E lhe distribuiu permitiram-lhe comprar muitas acções de outras empresas que valorizaram muito.
Embora houvesse alguns certificados “ruins” – acções que, por exemplo, não eram mais válidas porque haviam sido posteriormente depositadas em formato electrónico -, a maioria estava em boas condições.
Pesquisa e assessoria
Ronald Read dependia, em grande parte, de publicações impressas para realizar a sua pesquisa de acções. E, embora assinasse o The Wall Street Journal e o Barron’s, também fazia uso da biblioteca local. Além disso, conversava sobre investimentos com pessoas que conhecia, incluindo um vizinho que também era consultor do Wells Fargo. Procurava regularmente o conselho desse consultor e mantinha uma pequena conta de corretagem na empresa.
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Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.