Toda a gente gosta de dividendos.
Parece que têm mel…
No outro dia estava numa aula de Derivatives e o professor, para explicar as opções, disse que o preço das calls tinham de ter em conta se iam ser distribuídos dividendos até à maturidade.
Isto porque na data ex-dividendo, quando as ações deixam de dar direito ao dividendo, costuma haver um ajuste – ou seja, a cotação desce – no montante do dividendo bruto por ação, pelo que o valor teórico da call será inferior.
E um aluno respondeu de rajada: “ah, mas depois a ação sobe!”
E o professor: “sobe? Isso depende da procura e da oferta… não é garantido que suba…”
E o aluno: “mas se a empresa paga dividendos, será sempre atrativa para os investidores”.
Esta é uma ideia enraizada na cabeça de muitos investidores que são yield oriented, ou seja, que consideram os dividendos o fator mais importante, por vezes quase o único, relevante numa análise.
E por vezes cometem erros de análise.
Aqui estão os 3 mais comuns, para que os possa evitar:
1º Erro
Por vezes as empresas pagam dividendos especiais, ou extraordinários, que elevam temporariamente o dividend yield.
Isto costuma acontecer quando vendem um ativo relevante e, à falta de melhor uso, decidem distribuir o dinheiro todo ou quase todo pelos acionistas.
Nestes casos o dividend yield pode subir até aos 20%, ou mesmo 30% ou mais e isso atrai muitos investidores, que não compreendem que aquele dividendo não tem qualquer hipótese de ser repetido no futuro, ou seja, é insustentável. E depois quando o dividendo por ação baixa muito ficam desiludidos.
Isto aconteceu por exemplo quando a Portugal Telecom se fundiu com a brasileira Oi, ou quando a Ramada vendeu a Storax.
Procure sempre compreender se está perante um dividendo recorrente ou extraordinário.
2º Erro
Em fevereiro/março de cada ano as empresas começam a apresentar resultados anuais e anunciam a sua proposta de dividendos para aquele ano.
Esses anúncios abrem a época de caça aos dividendos… do Minho até ao Algarve, os investidores pegam nas espingardas e começam a disparar… o objetivo é caçar dividendos, levá-los para casa e voltar no ano seguinte.
Esta estratégia é perdedora, mas repete-se todos os anos, de forma incessante.
Porque é que é perdedora?
Ainda bem que perguntou…
É porque na data ex-dividendo as ações costumam descer no montante do dividendo bruto (afinal, esse é o montante que sai da empresa, que é diminuído ao capital próprio, que por isso vale menos), enquanto os investidores só recebem o dividendo líquido.
Desta forma, o investidor que compra uns dias antes da empresa pagar o dividendo e vende logo após ter garantido esse dividendo, invariavelmente perde, porque o Estado foi buscar o seu quinhão.
3º Erro
Existem empresas que pagam dividendos chorudos, mas que estão muito endividadas e têm um balanço frágil.
Por causa desta situação de risco a cotação costuma exibir uma tendência descendente que não é suficientemente compensada pelo rendimento obtido com os dividendos.
É necessário que os dividendos sejam pagos a partir de uma situação financeira saudável.
Para ver se os dividendos são recorrentes, sustentáveis, com boas hipóteses de crescimento e se partem de uma situação saudável é preciso fazer uma análise mais cuidada e profunda.
Do género das que fazemos no Investidor Prudente, onde analisamos 20 grandes empresas cotadas por mês, escolhendo 1 – e apenas 1 – aquela que no nosso entender é a mais atrativa, para investidores prudentes que apreciam receber dividendos sustentáveis.
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